Toca a pôr cadeados
Quando, ainda no início desta polémica, se confrontou o governo com números mais elevados do que os inicialmente adiantados, toda a gente deitou prontamente água na fervura afirmando que não senhora!, a questão ainda está em estudo, não se podem adiantar números.
Ontem, o primeiro, mencionava negociações com câmaras para ainda decidir o futuro de alguns estabelecimentos de ensino. Provavelmente alguém tem de informar o Engº.Sócrates que essas escolas de que ele fala já nem vem incluídas na lista de escolas (já publicitada) envolvidas no concurso de docentes que se avizinha. A sorte é que estamos aqui para o informar, sr.primeiro.
A fundamentação destas decisões é tão pobre que causa mais arrepio que o frio que se faz sentir nestes dias. Dizer que o insucesso (leia-se, más notas) dos alunos das escolas pouco povoadas combate-se com a deslocação dessas crianças para escolas com mais alunos e mais computadores não é suficiente. É, como o povo diz, uma posta de pescada lançada para tapar os olhos do povo.
Com tão boa argumentação, quase que fico convencido que as 10, 12, 14 horas diárias que muitas crianças vão passar fora do seu meio, longe da família, desde que saem de casa até ao seu regresso ao fim do dia, as vai tornar muito melhores alunos (leia-se, melhores notas).
Ao contrário do que diz o primeiro ministro, esta é efectivamente uma medida económica e mais grave ainda, é uma medida de fundo com consequências desastrosas num combate que deveria ser primordial. O combate à desertificação das zonas interiores do país.