quinta-feira, janeiro 26, 2006

Zangam-se as comadres.


O futebol português conta com mais uma daquelas cíclicas novelas de tramas e amores desencontrados entre os dirigentes.
Desta vez José Veiga e Pinto da Costa, que outrora partilharam proveitosos negócios para ambos, resolveram pôr o fogo a arder de vez. Nos últimos anos já haviam dado mostras que não morriam de amores um pelo outro. O que dispensávamos era o argumento utilizado para o fazerem.
Como será de esperar, estas manifestações públicas de baixo nível com tendência para incentivarem à violência dos adeptos que esperam o mínimo argumento para explodirem dessa forma o seu desencanto quando a sua equipa não atinge o resultado pretendido, não terão qualquer tipo de consequência. Ao fim e ao cabo eles são os presidentes do Benfica e de Porto.O que é muito! Dizia o menino Nelito(Herman José):"Quando for grande quero ser Presidente da República...não. Quero antes ser presidente de um clube de futebol, que ainda manda mais."

São frequentes os elogios ao fair play que se vê nos estádios ingleses. Pois é, mas eles já tiveram de passar por um processo de extrema violência no futebol que conduziu a várias proibições e castigos. Foi necessário atingir o limite para que medidas fossem tomadas e o desporto ganhasse novamente os contornos daquilo que pretende efectivamente ser, um desporto.

A tendência que temos para nos pôr sempre na cauda de todos os países no que a tudo diz respeito nem sempre se aplica. Tudo o que de mau acontece no nosso país já aconteceu em pelo menos um lugar do mundo. O nosso problema é não sermos capazes de aprender com os erros dos outros.

Voltando ao futebol, este tipo de declarações só poderia ter um desfecho. E esse passava necessariamente pela punição dos dois clubes. Já que a via da cortesia não funciona, a penalização é o caminho. Aparentemente é o único caminho para cada um cuidar do seu umbigo...