sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Toca a pôr cadeados


É o milagre da reprodução. Primeiro 500, depois 900 e finalmente (será?) 1500. Falamos de escolas pois claro.
Quando, ainda no início desta polémica, se confrontou o governo com números mais elevados do que os inicialmente adiantados, toda a gente deitou prontamente água na fervura afirmando que não senhora!, a questão ainda está em estudo, não se podem adiantar números.
Ontem, o primeiro, mencionava negociações com câmaras para ainda decidir o futuro de alguns estabelecimentos de ensino. Provavelmente alguém tem de informar o Engº.Sócrates que essas escolas de que ele fala já nem vem incluídas na lista de escolas (já publicitada) envolvidas no concurso de docentes que se avizinha. A sorte é que estamos aqui para o informar, sr.primeiro.
A fundamentação destas decisões é tão pobre que causa mais arrepio que o frio que se faz sentir nestes dias. Dizer que o insucesso (leia-se, más notas) dos alunos das escolas pouco povoadas combate-se com a deslocação dessas crianças para escolas com mais alunos e mais computadores não é suficiente. É, como o povo diz, uma posta de pescada lançada para tapar os olhos do povo.
Com tão boa argumentação, quase que fico convencido que as 10, 12, 14 horas diárias que muitas crianças vão passar fora do seu meio, longe da família, desde que saem de casa até ao seu regresso ao fim do dia, as vai tornar muito melhores alunos (leia-se, melhores notas).
Ao contrário do que diz o primeiro ministro, esta é efectivamente uma medida económica e mais grave ainda, é uma medida de fundo com consequências desastrosas num combate que deveria ser primordial. O combate à desertificação das zonas interiores do país.


3 Comments:

At 12:49 da manhã, Blogger M said...

Não dúvido que existam escolas que deviam fechar, o problema é que tudo se faz a partir de um número e sem tentar analisar cada caso.

 
At 12:02 da tarde, Blogger J.o.a.o. said...

Completamente de acordo. Certamente existirão escolas onde os factores de socialização não são mais que péssimos e como consequência, as aprendizagens sofrem. Mas como dizes, o problema é colocar tudo no mesmo saco e só ceder às especificidades de cada situação quando as televisões aparecem. É isto que se chama, fazer má política. Antes da medida ser anunciada, já tudo deveria ter sido ponderado.
Mas esta situação conduz a um outro problema. É que a corrente que ao longo de anos tem vindo a tentar dignificar os conhecimentos que cada um tem, independentemente das suas origens e vivências, está a ser posta de lado, ou seja, é como dizer "atenção crianças do campo, afinal é melhor irem aprender para a cidade porque aí onde estão, nada de importante se aprende".

 
At 12:39 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu acho é alguém da Comixão deveria ir à Alemanha trazer um gato ou pato constipado e enviar para a assembleia da república! Teriam de ficar em quarentena, teriam de ser desinfectados e teriam de permanecer mais tempo, daquele que estão, no seu local de trabalho!!

Nota importante: Este é um outro "post" escrito naquela hora de ócio...

 

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