quinta-feira, dezembro 08, 2005

Pedro e o ídolo

Há escassos 3 dias atrás, uma fatia importante dos meios de comunicação social fez o favor de me tirar da ignorância. Aproveitando o 25º aniversário da morte de Sá Carneiro, a linha de montagem das reportagens assentou toda na temática Snu Abecassis, cuja existência desconhecia. Para além da minha ignorância para justificar este desconhecimento, e para me dar a mim próprio mais algum crédito, não posso deixar passar o facto de que em 1980 (ano da morte do ex-primeiro ministro e da sua companheira) contava apenas com 4 primaveras, manifestamente pouco tempo de vida no que ao interesse e conhecimentos sobre a vida política nacional diz respeito. De acrescentar ainda a ausência à época da chamada imprensa cor de rosa, especialista na divulgação da parte mais interessante da vida de pessoas pouco interessantes.


Chegado a mim este conhecimento e após constatar o atrás relatado surgiu-me a imagem de Pedro Santana Lopes e da sua admiração pelo fundador do PPD/PSD. A devoção e admiração com que sempre ouvi o ex-Secretário de estado da cultura, ex-Presidente do Sporting Clube Portugal, ex-Presidente da Câmara da Figueira da Foz, ex-Presidente da Câmara de Lisboa, ex-Primeiro Ministro (por esta ordem), falar de Sá Carneiro, sempre me levaram a acreditar que esse homem fosse claramente um ídolo político, mas não.


Snu Abecassis era dinamarquesa, citando uma famosa comédia teatral da nossa praça, “da Dinamarca, portanto”. Mantinha com Sá Carneiro uma relação marital não legalizada (imagine-se o impacto no Portugal social dos anos 80!). Antes de se unir a Sá Carneiro, Snu fora casada com Vasco Abecassis. Resumindo, Snu era estrangeira, divorciada, e mantinha com Sá Carneiro uma união de facto. Que Diana poderiam mais querer uma VIP ou uma CARAS? Já a imprensa cor de rosa estivesse instalada nessa época em Portugal e não duvido que o nome Snu Abecassis já tivesse entrado por algum dos meus dois ouvidos.


Pelo que se sabe, Pedro Santana Lopes sempre gostou de relações conturbadas, de louras e acima de tudo aparecer na imprensa de Jet-Set. Não admira portanto que Sá Carneiro fosse realmente o ídolo de Santana Lopes.

Mas atenção que o nosso Pedro não foi apenas um bom discípulo, soube também inovar.

De certo que nunca teria passado pela cabeça de Sá Carneiro, usar uma fita vermelha...na cabeça.